terça-feira, 13 de dezembro de 2011


A primeira a abraçar, a primeira a beijar, a primeira a pedir. Mas quando vejo que ser a primeira não vale a pena, continuo sendo a primeira. A primeira a sair, a deixar, a esquecer e a primeira a tentar novamente um outro ângulo. E, novamente volto a ser a primeira. E se tudo está indo bem também sou a primeira a pousar e ficar pra sempre, num pra sempre que cabe naquele por enquanto. E vou sendo a primeira em tudo. Não sei esperar, nem sei mascarar, só sei ser a primeira. A primeira a ir atrás do que acredito porque a minha boca é maior que a do orgulho, eu sou a primeira a engolir. Mas antes dessas coisas desgastantes que são típicas de um final ou de um salto sem sucesso eu aprendi a ser a primeira a cravar a marcha, isso foi lá atrás. E foi primeiro comigo. Sou livre, e para a minha liberdade existirá sempre um rumo para o qual eu possa ir, quando eu quiser.

Leila Oliveira

sábado, 15 de outubro de 2011

Olha, olha.

Beijo sem pressa, sentindo o abraço, curtindo carinho e café. Em cima, em baixo, de lado. Sabores, cheiros, cores, texturas e sons. No chão, na cama, no carro com ou sem sapato. Voz, mensagem, caneta, caderno, computador e viagem. Noite, pés descalços e areia. Olha a hora, olha a hora. Olha o sol vindo, olha ele indo. Olha a lua, tem estrelas hoje? Corre, corre... come, bebe, ama, dorme acorda e ama. O arrepio que não vem do frio, o suor que não vem do sol, o molhar que não é de chuva, o ofegar que não vem da corrida, um cansar deitado, um descansar de pé. Olha agora a saudade, olha o choro. Olha o riso aí novamente, menina. Tá vendo? Se a vida é bela porque é curta, então encurta esse choro e dê longos sorrisos. Agora dorme que amanhã tem mais. Mais passarinhos cantando, gente passando e praia. E pelo tempo, há rumores de que terá um lindo sol.

Leila Oliveira

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Quero te ver

Não que eu não te queira, eu te quero, sabe? E é um querer assim, bem grande. O problema é o seu querer que não me pertence, é isso. É no teu coração que não me cabe- já me coube - não me cabe também nos teus versos, não é pra mim que escreve. Não me cabe também nos teus sonhos, já nos meus, parece que os sonhos servem para lembrar de você a cada amanhecer e isso é tão injusto. E aqui, te cabe em tudo. Na casa, no coração, no meu caderno, nas minhas células... Quero saber se ainda toma Martini, se coloca katchup em tudo, se ainda preocupa-se muito com etiqueta e, sobretudo, se pensa em mim. Olha, ainda guardo aquela boneca que você me deu, faz tempo que não penteio o cabelo dela.
Ei, queria tanto ir aí te ver, será que devo? Será que posso? Porque só há uma coisa que não cabe mais aqui: a saudade. É muita, viu? Estou tão bem... queria que você me visse assim. Tirando a saudade, está tudo tranquilo. E você, me diz, como está? Quero muito, outra vez, ocupar o espaço do teu abraço, e o espaço entre seus lábios.
Quero muito, muito, muito te ver, e quando te ver não irei dizer nada, vou apenas te abraçar, e você vai sentir o quanto de saudade eu senti.

Leila Oliveira

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Dona

Assim serei pra você, e assim você será pra mim. Quero levar toda a doçura e amargura que existe à sua boca através dos meus beijos, toda maciez e toda aspereza na sua máxima ao tocar tua pele. Que seja sempre protagonista dos meus mais belos e medonhos sonhos. Quero ser a razão da perda da sua razão e a insônia da tua madrugada. Comerei o teu juízo. O motivo da sua maior alegria e tristeza, serei a cura e a doença, o antídoto do veneno e o veneno sem antídoto. Te cegarei à luz, e te farei enxergar o mais imperceptível dos grãos na mais tenebrosa escuridão. Por mim rasgará a boca com os mais escandalosos sorrisos, e encherá rios de lágrimas. Serei a dona de tudo o que sentir, e que possuir. Serei o motivo dos seus sentimentos. Dona do teu corpo, dos teus pensamentos, das tuas palavras, dos teus ouvidos. Dona das tuas mentiras e das tuas verdades. São meus os teus gritos, é meu o teu silêncio. A carícia e o tapa que recebes na face. Serei a tua certeza do sim e do não. Serás meu ou serás de ninguém. Suas lágrimas são minhas, seus sorrisos também. Respiras quando quero, onde e para quem quero. Aonde vais? Não tem que ir a lugar nenhum, seu lugar é aqui junto a mim. Para onde olhas? Olhe pra mim, sempre pra mim. Serás meu na vida e na morte. Serás meu na brevidade, ou na eternidade.


Leila Oliveira

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Eu beijo, você beija, nós beijamos...

Você gosta de beijar? Porque eu gosto muito, viu? E por gostar tanto desta prática deliciosa, decidi falar um pouquinho sobre o beijo, e dia mais propício para isso não há. Então vamos lá! O beijo é uma das mais íntimas demonstrações de carinho e afeto pela pessoa querida, mas tem ainda aqueles que adoram beijar a torto e a direita, principalmente em festas, esses são os famosos beijoqueiros. Há ainda aqueles que gostam de beijar em grupo. Mas, quem nunca deu uns beijinhos em festas, não é mesmo? Agora minha gente, cuidado ao sair beijando desesperadamente, e depois ficar com os "beiços" que nem uma couve-flor.
Enquanto você beija, 29 músculos são tirados do sossego, sendo que 17 são da língua. Eita linguinha nervosa, hein? E nesse alvoroço de beijar e beijar é liberado um hormônio chamado serotonina, que deixa você muitíssimo feliz, lá nas nuvens. E de quebra você troca 250 bactérias junto com a saliva(esqueça essa parte). Bom, tipos de beijo tem as pencas por aí, tem os mais suaves, os mais rápidos, tem o desetupidor, tem o que vem acompanhado com mordidinhas. Fica ao seu critério.
Procurei como surgiu o beijo, não há fontes seguras porque uns dizem que foi na Grécia, outros na China. E o dia do beijo foi inventado pelos italianos. Não importa, o importante é beijar e agradecer quem teve esta brilhante idéia de colar os lábios em outros.

Olha, tem várias formas de celebrar o dia de hoje. Pode ser um beijo no rosto, na mão, na testa. Pode dá um beijo no amigo, na mãe, no pai, no cachorro e papagaio. Não importa.
E aí, tão espenrado o quê? Vamos beijar!

Leila Oliveira

terça-feira, 12 de abril de 2011


Oi, meu nome é Sofia. Não sei ainda o que eu quero da vida. Eu acho que sou poeta, ou sou artista. Na verdade não sei ainda o que quero. Vivo sempre achando que preciso me encontrar, e quando penso que me achei, estou mais perdida ainda. Comprei um violão, mas só sei tocar duas músicas... na verdade, a metade de cada uma. Sempre ando com um livro na mão, e vivo discutindo política e opinando sobre a sociedade. Todos me acham muito inteligente. Pra falar a verdade me acho uma mulher bem resolvida, descolada, prezo pelo amor livre(contanto que a pessoa que eu goste seja só minha). Quando me perguntam do que gosto, de meninos ou meninas eu respondo: ah, eu gosto de pessoas, odeio rótulos! Um dia namorava uma garota, hoje estou com um cara, amanhã nem sei mais. Sou assim, muito independente e decidida. Sei muito bem o que sou e onde quero chegar, acho que já deu pra perceber. Gosto muito da Clarice Lispector(nunca li um livro, mas sei algumas frases decoradas. É sempre bonito, né?) O que importa pra mim é saber(decorar) o nome dos autores pra mencionar em alguma ocasião, e sempre trago um discussozinho pronto para discussões em mesas de bar em rodas academicas. Afinal, tenho que andar sempre prevenida, né? Gosto de músicas clássicas e só ando com pessoas cultas, e o que me encanta é aquilo que eu relmente não entendo, eu finjo entender. Tenho dificuldade para argumentar, e não tenho ideias próprias. Aliás, idéia eu tenho, mas não é minha, eu ouvi por aí e adotei pra mim. Eu só aguardo alguém ser contra às minhas ideias, ops, as idéias que adotei pra atacar! Ah, meu senso de humor é péssimo. Sou estilosa, e de vez em quando(todo dia) fumo uma maconhazinha pra fluir as idéias, mas não flui nada, só fumaça e asneiras. Nas horas vagas gosto de colocar a mão no queixo e fazer cara de paisagem, estou pensando? Na verdade estou tentando. Eu não perco meu tempo lendo pra ampliar meu vocabulário, na verdade sou prática: decoro logo um monte de palavras bonitas, mas depois é uma confusão, porque eu esqueço o significado delas, normal. Porque é assim, texto bonito pra mim tem que ter um monte de palavras bonitas, difíceis mesmo, sabe? Do tipo desoxirribonucleico, janota, fleumático, pacóvio, plissado... tudo que escrevo obriga ao infeliz leitor a recorrer ao Aurélio pelo menos umas 55 vezes. Bom, acho que essa sou eu... eu acho.

Não gosto muito de escrever criticando o comportamento de ninguém, mas resolvi escrever essa. É muito perigoso escrever algo criticando o comportamento das pessoas, às vezes podemos estar falando de nós mesmo. Mas, me arrisco a fazer.

Acho patético, você sair por aí querendo e gritando que as pessoas percebam o quanto você é inteligente e chato, isso mesmo, chato! As pessoas que eu conheço que são pra mim, elas não perdem horas pesquisando nada pra dar uma de porreta por aí, elas vem pesquisando a anos, pouco a pouco e tudo entra naturalmente, aprendem com a vida, com humildade e com todo tipo de gente. Enquanto você faz o seu seleto-amizade-magnífico-cult, eles tem amigos que vai de um simples gari ao Presidente da República. Penso que todos nós devemos procurar sempre uma melhora, buscar conhecimento e não figir tê-lo. Então, pau no tobas, pára que tá feio.


Leila Oliveira

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A minha resposta

(pra você - uma resposta ao texto "Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos..." de Caio F. de Abreu)


Você tem o meu carinho, a minha atenção, meu colo, meu beijo, cafuné e abraço. Te mando mensagens na madrugada, te mando flores e doces. Te canto, te mando e te faço músicas. Te levo pra rua e sentes o vento e o cheiro. Deixe de bobagem, não doa mais só, me dou pra ti também. Continuaremos a abrir e a fechar ciclos, é muito natural. Não coloquemos pontos finais, vamos colacando ponto continuando. Deixemos as aspas e as vírgulas, fiquemos com as reticências . Continuemos a gostar, a cuidar, a desculpar a relevar. Não tem mais isso, de se dar demais. O muito que me dá eu te dou igual. Vamos nos dando, nos amando até onde dá.


Leila Oliveira

quinta-feira, 24 de março de 2011

Tomara

Você vive tão bem só, e eu não quero estragar seu coração. É tão lindo te ver assim, esse sorriso energético, esse brilho afiado no olhar. Você acorda e vai à academia, cozinha a sua comida. Pesquisa na internet máscaras caseiras. Sai cantarolando pela casa com uma camiseta que cabe dez de você e uma máscara de aveia e mel na cara. Você liga seu pc e liga a cam, você quer que seus amigos te vejam assim, eles riem e você também. Meus Deus quanta alegria, será que já conheceu a dor de um amor? Eu acho que não. Queria te conquistar, mas isso no final vai estragar seu coração, vai apagar esse sorriso jovial. É melhor que fique assim. Que paz, que conforto você passa. Você se queixa que eu fumo demais, que gasto demais. Diz que é melhor juntar e viajar, eu concordo. Mas, as viagens nunca dão certo, e eu estouro meu dinheiro e ainda te peço emprestado. As tardes com você são simplesmente maravilhosas, revitalizantes. Assistimos filmes, você pousa a sua cabeça em meu colo e pede pra que eu fique mexendo em seu cabelo, você diz que isso te faz dormir. Você faz isso de uma forma tão espontânea, e eu não me sinto desconfortável.

Você se diz estar sempre apaixonada por alguém, e no outro dia esquece. Que paixão que nada! Tomara menina, que só brinque de se apaixonar. Tomara que ninguém tão cedo, nem mais tarde, venha a partir seu coração.

Leila Oliveira

quarta-feira, 16 de março de 2011

Desejo

Que eu não perca a minha sensibilidade, a esperança, a crença no amor e a solidariedade. Que eu tenha mais paciência com as pessoas, que eu as tente compreender, a ouvi-las e que saiba perdoar.
Que uma bela canção, uma poesia, um filme, um sorriso de uma criança e a graça dos animais me arranquem um sorriso ou uma lágrima.
Quando eu cair, que me reste ao menos um pouco de força para me levantar e continuar. Por mais que eu seja enganada, quero continuar acreditando nas pessoas. Que eu não me torne um ser frio, insensível, amargo, desconfiado e desinteressado pela vida.
Que o meu bom humor esteja sempre comigo, por mais que eu pareça, às vezes, uma "abestalhada". Quero ser uma velhinha bem animada.
Enxergar a grande importância das pequeninas coisas. Sentir a brisa no rosto, ouvir o sopro do vento, sentir o cheiro da chuva, admirar as estrelas, o sol, a lua nova, crescente, minguante ou cheia... O contato dos pés com o chão.
Que as lembranças das brincadeiras da minha infância, tão feliz, não fujam da minha memória, as quero sempre vivas.

Que eu não esqueça do rosto dos que já foram. Que eu não esqueça daquele beijo, daqueles olhos, daquele abraço, do bairro onde morei, daquela viagem, daquela festa maravilhosa, do dia que te conheci, do primeiro porre, da minha primeira vez, da minha primeira menstruação, do meu primeiro beijo, do meu primeiro amor, do tempo de colégio e... que eu não esqueça de mim.
É só o que eu desejo.

Leila Oliveira

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Dança dos corpos


Quando nossos olhos se encontram, se fixam brilhantes e falantes. Nossos olhos se fecham, e nossas bocas se procuram fervorosas e sedentas. Minhas mãos vão percorrendo o seu corpo como se dançassem uma eterna valsa, explorando cada pedaço do seu corpo. De repente somos tomados por uma onda de sensações, imersos no prazer perdemos a razão. Nos mordemos, nos lambemos, nos comemos. Nossos poros exalam prazer. Nossos corpos molhados se estremecem, com o coração desgovernado, batendo descompassadamente. Os sussuros já são inevitáveis, ofegantes procuramos ar. Nossos corpos se pressionam suplicando mais e mais contato, e numa fusão se tornam um. Cravamos as unhas, e num grito espocamos de amor.
Depois exaustos, o que se houve é a respiração, o que se ver é a alegria no olhar e o que se sente é uma imensa satisfação. Depois do folêgo estabilizado, novamente fixamos o olhar, nos beijamos, entrelaçamos nossas pernas e adormecemos nús, no chão. No dia seguinte abro meus olhos, com a visão ainda turva, te vejo olhando pra mim sorrindo e dizendo: bom dia, meu amor!

Leila Oliveira

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Quero tanto de volta

Perdi todas as minhas fotos do tempo do colégio. Não sei se deixei no ônibus, no banco, ou pelo centro. Isso me entristece tanto, é como se uma parte de mim fosse com essas fotos, sinto como se a época mais gostosa da minha vida tivesse escorrido por aí e eu não vi. Ai meu Deus, o rosto de Rosana, de Jó, Virgínia, Iuri, Noélia, Denilsson... e se eu esquecer? Só encontrava eles naquelas fotografias, não sei por onde andam, nem lembro em que momento da vida nos perdemos. E aquela farda esverdeada com detalhes branco? Perdi o meu passaporte que me remetia pra aquela época, perdi. Eu deveria ter escaneado, deveria! Meu cabelo estava tão engraçado, longo, porém engraçado. Meus dentes desalinhados e salientes rasgando em sorrisos de uma alegria qualquer. Se eu soubesse que perderia, teria passado mais tempo olhando para elas da última vez. Que bobagem, que besteira, que drama! Afinal, são só fotografias. Sim, são fotografias... mas eram muito importantes pra mim. Aaaah, a que eu estava no ônibus... MERDA, mil vezes MERDA! Meio adolescente, mas é que eu voltei por um instante para aquela época. Nem posso mais imprimir as fotos, só a lamentação. Só vou lembrar de quando, num momento qualquer do dia, eu abria minha caixa, pairava meu olhar sobre aquelas fotos, que por um desleixo ou outro estavam se deteriorando e viajava. Queria tanto elas de volta!

Leila Oliveira

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Com fé, só.

Te recebo. Te recebo de coração e alma despedaçadas, não minto, mas a fé ainda está aqui, a fé no novo, no outro, em você. Te recebo com essas flores que me foge o nome. Te recebo em minha casa desarrumada, te recebo com felicidade sem medidas. Se quiser entrar, entre. Se quiser ficar, fique. Se quiser ir, vá. Te recebo sem grades, sem cercas e sem presas. Te recebo com um beijo, com um abraço, com um afago. Assim é que eu te recebo, com café, com ternura, pura ou com mistura, com ou sem açúcar. Te recebo com defeitos, com palavras, com silêncio, te recebo aqui bem perto, te recebo aí de longe. Sem nome, com história, vida torta, mas com fé. Te recebo no tanto que nos cabe, te recebo em passos largos apressados, com música, com poesia, com piada, te recebo com um filme, aquele que você gosta. Te recebo com um vinho, com um olhar, te recebo na minha cama, Te recebo com as coisas antigas, te recebo com as coisas loucas, cegueira, amante surda.

Quando recebi, reparei o desfazer do teu sorriso, e vi algo de alegre nele. Vi que trazia em seu olhar lindamente triste, sonhos e um punhado de fé. Por isso, somente por isso, eu recebo. Só não te recebo sem FÉ.


Leila Oliveira