domingo, 13 de fevereiro de 2011

Dança dos corpos


Quando nossos olhos se encontram, se fixam brilhantes e falantes. Nossos olhos se fecham, e nossas bocas se procuram fervorosas e sedentas. Minhas mãos vão percorrendo o seu corpo como se dançassem uma eterna valsa, explorando cada pedaço do seu corpo. De repente somos tomados por uma onda de sensações, imersos no prazer perdemos a razão. Nos mordemos, nos lambemos, nos comemos. Nossos poros exalam prazer. Nossos corpos molhados se estremecem, com o coração desgovernado, batendo descompassadamente. Os sussuros já são inevitáveis, ofegantes procuramos ar. Nossos corpos se pressionam suplicando mais e mais contato, e numa fusão se tornam um. Cravamos as unhas, e num grito espocamos de amor.
Depois exaustos, o que se houve é a respiração, o que se ver é a alegria no olhar e o que se sente é uma imensa satisfação. Depois do folêgo estabilizado, novamente fixamos o olhar, nos beijamos, entrelaçamos nossas pernas e adormecemos nús, no chão. No dia seguinte abro meus olhos, com a visão ainda turva, te vejo olhando pra mim sorrindo e dizendo: bom dia, meu amor!

Leila Oliveira

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Quero tanto de volta

Perdi todas as minhas fotos do tempo do colégio. Não sei se deixei no ônibus, no banco, ou pelo centro. Isso me entristece tanto, é como se uma parte de mim fosse com essas fotos, sinto como se a época mais gostosa da minha vida tivesse escorrido por aí e eu não vi. Ai meu Deus, o rosto de Rosana, de Jó, Virgínia, Iuri, Noélia, Denilsson... e se eu esquecer? Só encontrava eles naquelas fotografias, não sei por onde andam, nem lembro em que momento da vida nos perdemos. E aquela farda esverdeada com detalhes branco? Perdi o meu passaporte que me remetia pra aquela época, perdi. Eu deveria ter escaneado, deveria! Meu cabelo estava tão engraçado, longo, porém engraçado. Meus dentes desalinhados e salientes rasgando em sorrisos de uma alegria qualquer. Se eu soubesse que perderia, teria passado mais tempo olhando para elas da última vez. Que bobagem, que besteira, que drama! Afinal, são só fotografias. Sim, são fotografias... mas eram muito importantes pra mim. Aaaah, a que eu estava no ônibus... MERDA, mil vezes MERDA! Meio adolescente, mas é que eu voltei por um instante para aquela época. Nem posso mais imprimir as fotos, só a lamentação. Só vou lembrar de quando, num momento qualquer do dia, eu abria minha caixa, pairava meu olhar sobre aquelas fotos, que por um desleixo ou outro estavam se deteriorando e viajava. Queria tanto elas de volta!

Leila Oliveira