sexta-feira, 20 de maio de 2011

Quero te ver

Não que eu não te queira, eu te quero, sabe? E é um querer assim, bem grande. O problema é o seu querer que não me pertence, é isso. É no teu coração que não me cabe- já me coube - não me cabe também nos teus versos, não é pra mim que escreve. Não me cabe também nos teus sonhos, já nos meus, parece que os sonhos servem para lembrar de você a cada amanhecer e isso é tão injusto. E aqui, te cabe em tudo. Na casa, no coração, no meu caderno, nas minhas células... Quero saber se ainda toma Martini, se coloca katchup em tudo, se ainda preocupa-se muito com etiqueta e, sobretudo, se pensa em mim. Olha, ainda guardo aquela boneca que você me deu, faz tempo que não penteio o cabelo dela.
Ei, queria tanto ir aí te ver, será que devo? Será que posso? Porque só há uma coisa que não cabe mais aqui: a saudade. É muita, viu? Estou tão bem... queria que você me visse assim. Tirando a saudade, está tudo tranquilo. E você, me diz, como está? Quero muito, outra vez, ocupar o espaço do teu abraço, e o espaço entre seus lábios.
Quero muito, muito, muito te ver, e quando te ver não irei dizer nada, vou apenas te abraçar, e você vai sentir o quanto de saudade eu senti.

Leila Oliveira