
Oi, meu nome é Sofia. Não sei ainda o que eu quero da vida. Eu acho que sou poeta, ou sou artista. Na verdade não sei ainda o que quero. Vivo sempre achando que preciso me encontrar, e quando penso que me achei, estou mais perdida ainda. Comprei um violão, mas só sei tocar duas músicas... na verdade, a metade de cada uma. Sempre ando com um livro na mão, e vivo discutindo política e opinando sobre a sociedade. Todos me acham muito inteligente. Pra falar a verdade me acho uma mulher bem resolvida, descolada, prezo pelo amor livre(contanto que a pessoa que eu goste seja só minha). Quando me perguntam do que gosto, de meninos ou meninas eu respondo: ah, eu gosto de pessoas, odeio rótulos! Um dia namorava uma garota, hoje estou com um cara, amanhã nem sei mais. Sou assim, muito independente e decidida. Sei muito bem o que sou e onde quero chegar, acho que já deu pra perceber. Gosto muito da Clarice Lispector(nunca li um livro, mas sei algumas frases decoradas. É sempre bonito, né?) O que importa pra mim é saber(decorar) o nome dos autores pra mencionar em alguma ocasião, e sempre trago um discussozinho pronto para discussões em mesas de bar em rodas academicas. Afinal, tenho que andar sempre prevenida, né? Gosto de músicas clássicas e só ando com pessoas cultas, e o que me encanta é aquilo que eu relmente não entendo, eu finjo entender. Tenho dificuldade para argumentar, e não tenho ideias próprias. Aliás, idéia eu tenho, mas não é minha, eu ouvi por aí e adotei pra mim. Eu só aguardo alguém ser contra às minhas ideias, ops, as idéias que adotei pra atacar! Ah, meu senso de humor é péssimo. Sou estilosa, e de vez em quando(todo dia) fumo uma maconhazinha pra fluir as idéias, mas não flui nada, só fumaça e asneiras. Nas horas vagas gosto de colocar a mão no queixo e fazer cara de paisagem, estou pensando? Na verdade estou tentando. Eu não perco meu tempo lendo pra ampliar meu vocabulário, na verdade sou prática: decoro logo um monte de palavras bonitas, mas depois é uma confusão, porque eu esqueço o significado delas, normal. Porque é assim, texto bonito pra mim tem que ter um monte de palavras bonitas, difíceis mesmo, sabe? Do tipo desoxirribonucleico, janota, fleumático, pacóvio, plissado... tudo que escrevo obriga ao infeliz leitor a recorrer ao Aurélio pelo menos umas 55 vezes. Bom, acho que essa sou eu... eu acho.
Não gosto muito de escrever criticando o comportamento de ninguém, mas resolvi escrever essa. É muito perigoso escrever algo criticando o comportamento das pessoas, às vezes podemos estar falando de nós mesmo. Mas, me arrisco a fazer.
Acho patético, você sair por aí querendo e gritando que as pessoas percebam o quanto você é inteligente e chato, isso mesmo, chato! As pessoas que eu conheço que são pra mim, elas não perdem horas pesquisando nada pra dar uma de porreta por aí, elas vem pesquisando a anos, pouco a pouco e tudo entra naturalmente, aprendem com a vida, com humildade e com todo tipo de gente. Enquanto você faz o seu seleto-amizade-magnífico-cult, eles tem amigos que vai de um simples gari ao Presidente da República. Penso que todos nós devemos procurar sempre uma melhora, buscar conhecimento e não figir tê-lo. Então, pau no tobas, pára que tá feio.
Leila Oliveira