quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Com fé, só.

Te recebo. Te recebo de coração e alma despedaçadas, não minto, mas a fé ainda está aqui, a fé no novo, no outro, em você. Te recebo com essas flores que me foge o nome. Te recebo em minha casa desarrumada, te recebo com felicidade sem medidas. Se quiser entrar, entre. Se quiser ficar, fique. Se quiser ir, vá. Te recebo sem grades, sem cercas e sem presas. Te recebo com um beijo, com um abraço, com um afago. Assim é que eu te recebo, com café, com ternura, pura ou com mistura, com ou sem açúcar. Te recebo com defeitos, com palavras, com silêncio, te recebo aqui bem perto, te recebo aí de longe. Sem nome, com história, vida torta, mas com fé. Te recebo no tanto que nos cabe, te recebo em passos largos apressados, com música, com poesia, com piada, te recebo com um filme, aquele que você gosta. Te recebo com um vinho, com um olhar, te recebo na minha cama, Te recebo com as coisas antigas, te recebo com as coisas loucas, cegueira, amante surda.

Quando recebi, reparei o desfazer do teu sorriso, e vi algo de alegre nele. Vi que trazia em seu olhar lindamente triste, sonhos e um punhado de fé. Por isso, somente por isso, eu recebo. Só não te recebo sem FÉ.


Leila Oliveira