domingo, 1 de julho de 2012


Pé lá, pé cá


É uma meia verdade, uma expectativa inteira e o risco do nada que vem. Mas a gente tenta, a gente aposta e a gente corre. Corre o risco, corre a mão, corre a boca, corre do querer e corre pra abraçar. Morrendo de sede e bebendo água em conta gotas. Se descabela e tem cautela.  A gente esconde, a gente mostra. Mostra o corpo, esconde a alma. Esconde a intenção de um coração. A gente levanta risos e voos, arriscamos passos largos e apertados. Vai e volta, fica ou vai embora. A gente espera. Espera que o bom aconteça, espera na porta. A gente só não espera nada. A gente joga, joga tudo pro alto, a gente joga beijo, joga tudo fora ou joga numa gaveta toda aquela vontade (in)contida. A gente se joga. A gente vai. Vai tentando, vai querendo, vai se afastando, vai chegando. Chegando perto pra quem chega de longe. A gente só não espera que nada aconteça. E eu, eu quero que aconteça, meia coisa ou ela toda. Basta apenas que você queira, que me queira e se queira. Vamos querer, meu bem. Vamos arriscar, arriscar e ver se vai dá. Dá bom, dá bem, dá mal. Mas tem que dá. Dá pé, dá fé, dá beijo, dá tu, dá eu, dá nós. Parará, caixinha de fósforo, et cetera. 

Leila Oliveira


4 comentários:

  1. Que forma linda de expor um pensamento, uma sensação. O mundo precisa de mais contos como este. Os jornais do Estado necessitam de colunas voltadas a essa temática. Vou indicar esse blog na redação que trabalho. Muito bom mesmo! Fiquei, realmente, encantando. Parabéns!
    Estou seguindo seu blog agora.
    Visite o meu. O perfil é um pouco diferente deste, mas, tem gente que gosta de ler rs.
    Sucesso e paz. Sempre!
    Beijos

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    1. Olá, Jonatan! Muito obrigada, fico satisfeita com suas palavras. Pode indicar sim, ficarei muito agradecida. Um abraço!

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  2. Muito lindo e emotivo tbm voce escreve com muita intensidade amei...
    beijoos

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